Nesta edição podes conhecer melhor o novo projeto da Orquestra Académica Portuguesa e todas as vantagens que ele te pode oferecer! Estivemos ainda à conversa com um produtor musical, que nos explicou um pouco do que é o seu trabalho.
É com enorme satisfação que abraçamos um novo projeto na nossa associação : a AmusiMAP. Porquê agora nestes tempos paralisadores? É porque acreditamos que os desafios nos obrigam a ser criativos e a explorar novas formas de utilizar o tempo com atividades alternativas, ou, usando um termo musical, variantes sobre um tema. É porque o desenvolvimento pessoal ocupa uma posição central na nossa associação e é porque acreditamos que, agora mais que nunca, precisamos de juntar todos os músicos amadores e profissionais em Portugal.
Vamos usar estes tempos virtuais para voltar a dar vida a um projeto iniciado há uns anos atrás quando se realizou o primeiro estágio da OAP: uma base de dados nacional que dá uma casa a todos os músicos amadores e os seus conjuntos.
Iremos realizar uma revista trimestral para divulgar notícias relevantes para o mundo dos músicos amadores em Portugal e, quando voltarmos à possibilidade de estarmos fisicamente juntos a fazer música, queremos contribuir para uma explosão de atividades de música em território nacional, da Madeira a Braga, dos Açores a Lisboa.
Há cada vez mais músicos amadores com enorme talento à procura de conjuntos e o grande obstáculo tem sido sempre, onde é que estão os outros músicos? Só há em Lisboa e no Porto? Sabemos que não, mas não sabíamos como chegar a eles. A AmusiMAP pretende mudar isso, pretende dar uma plataforma para os músicos amadores portugueses se encontrarem, pretende dar-lhes voz!
Por isso, inscrevam-se já para fazer a nossa base de dados crescer e juntar a vossa voz à nossa comunidade!
Encontramo-nos lá! Até já!
David Bracke
Presidente da Associação Cultural Tecla Melódica
Fundador da Orquestra Académica Portuguesa
Num ano de desafios, em que vemos a cultura cada vez mais afetada, a Orquestra Académica Portuguesa e a Associação Cultural Tecla Melódica lançam a plataforma AmusiMAP – Arquivo de Músicos Amadores de Portugal, um projeto há muito em falta em Portugal, onde os apoios à cultura, especialmente a músicos jovens e amadores, é pouco e insuficiente. A AmusiMAP pretende assim ser um ponto de encontro de todos os músicos que, tal como nós, não seguiram uma carreira profissional na área da música mas que não conseguem passar muito tempo sem pegar no seu instrumento e fazer música em conjunto.
Enquanto Representantes da Orquestra Académica Portuguesa, cargo que assumimos numa altura especialmente desafiante, é para nós um grande orgulho o lançamento do primeiro de muitos projetos nesta equipa, à frente de uma orquestra que nos acolheu e nos proporcionou, acima de tudo, uma grande amizade para a vida.
Quando a pandemia chegou a Portugal, em março de 2020, não imaginávamos os longos meses que se seguiam. Ensaiávamos na altura a Abertura da obra Egmont, do famoso compositor Ludwig Van Beethoven, para um concerto planeado para o mês seguinte. Em casa continuámos a ensaiar na esperança que fossem apenas duas semanas, mas o tempo foi passando e na sala onde antes se ouvia uma orquestra passou a vigorar o silêncio.
Mas nem uma pandemia parou esta orquestra, que mesmo à distância prepara o seu próximo concerto sem data de estreia. E enquanto não podemos tocar juntos vamos partilhando um pouco do nosso tempo, ainda que virtualmente. Na esperança de que possamos voltar presencialmente aos ensaios, num país onde a cultura e a música são essenciais.
Para trás ficaram outros projetos, entre os quais o regresso dos nossos estágios de orquestra, que ficaram em pausa à espera de dias melhores.
Até lá ficamos em casa. Mas não perdemos a esperança. Porque tal como em Egmont, também as
trevas darão lugar à luz.
Alda Silva e Margarida Delgado
Representantes da Orquestra Académica Portuguesa
A história da Orquestra Académica Portuguesa começa há 7 anos atrás. Em 2014, surgia em Lisboa uma orquestra aberta a todos os jovens estudantes desta cidade, que encontravam assim um local onde pudessem praticar o seu instrumento independentemente de não terem seguido
a música como uma via profissional. Uns meses depois a orquestra chegou ao Porto, onde esteve em atividade até 2016 e teve a oportunidade de se apresentar num concerto solidário na emblemática Casa da Música.
Um ano após iniciarmos a nossa atividade passámos a integrar a Federação Internacional de Orquestras Amadoras, sendo a única orquestra representante de Portugal na mesma.
Em 2016, a orquestra passou a funcionar apenas em Lisboa, cidade onde tem vindo a crescer desde então e onde realizou o seu primeiro estágio de orquestra, um projeto ambicioso que teve a sua primeira edição em 2017. Lá acolheu também o Coro Académico Português e passou a estender a sua atividade a conjuntos de câmara, que se têm apresentado já diversas vezes em concertos.
Ao longo dos anos passaram também a integrar a orquestra músicos amadores que já terminaram os estudos mas mantiveram o seu gosto pela música.
Mas em 2020 uma pandemia chegava a Portugal, e saímos do que viria a ser o nosso último ensaio durante longos meses, sem imaginar o que aí vinha. Mas mesmo à distância não parámos e continuámos a ensaiar e a realizar novos projetos, como o que é apresentado agora, no nosso 7º aniversário.
A AmusiMAP é a nova aliada dos músicos amadores de Portugal!
Um projeto que visa uma necessidade há muito existente em Portugal, esta plataforma pretende apoiar a divulgação de conjuntos académicos ou amadores e aproximar os músicos amadores de todo o território nacional. Quer pertenças a um conjunto ou ainda voes a solo, esta plataforma é para ti!
Na AmusiMAP vais encontrar um mapa com a representação dos diversos conjuntos amadores existentes em Portugal (desde que tenham efetuado o seu registo na plataforma) e algumas informações sobre os mesmos, incluindo uma ligação ao seu website oficial ou contacto. Poderás ainda acompanhar o calendário de eventos e aceder à nossa revista trimestral.
Contamos convosco neste projeto, para que juntos possamos manter viva a cultura musical em Portugal.
Enquanto membro individual, poderás receber no teu e-mail oportunidades para te juntares a outros músicos ou conjuntos inscritos na AmusiMAP, filtrados para corresponder ao teu instrumento ou localização geográfica. Isto significa por exemplo que se o teu instrumento é violoncelo não terás a tua caixa de correio sobrelotada com ofertas para guitarristas. Os teus dados nunca serão fornecidos a outros membros da plataforma, apenas tu decides se queres responder a uma oferta!
Podem inscrever-se nesta modalidade todos os músicos amadores, de qualquer instrumento. Também se podem inscrever músicos profissionais ou recentemente licenciados que pretendam aumentar a sua experiência. Este é gratuito e imediato, não estando sujeito a aprovação.
Se pertences a um conjunto, temos um grande leque de vantagens para oferecer! O teu conjunto passará a ser representado na AmusiMAP, terá direito a pelo menos um artigo por ano na nossa revista e os vossos eventos serão adicionados ao nosso calendário mensal, posteriormente divulgado na plataforma e redes sociais. Para além disso, ajudamo-vos a encontrar músicos para colaborar convosco, entrando diretamente em contacto com músicos que preencham os vossos requisitos.
Podem ser registados quaisquer conjuntos, sejam orquestras, bandas, coros ou até duos, de qualquer género musical. Após o preenchimento do formulário de registo, a nossa equipa irá analisá-lo individualmente e informar-te, no prazo de 20 dias úteis, se o conjunto foi aceite na plataforma. Esta análise ajuda-nos a garantir a qualidade e fiabilidade das informações divulgadas aos outros utilizadores da plataforma. O registo dos conjuntos aprovados está sujeito a uma quota anual de 6€.
Pegar num programa de uma casa de espetáculos, escolher uma atuação, pagar o bilhete e ver. É uma maneira muito fácil de apoiar a cultura, está ao alcance de todos nós e basta que para isso tenhamos iniciativa de ir ver a atuação. Mas se pensa que isto é a única coisa que os músicos fazem, pense de novo! A música é necessária e está presente no nosso quotidiano muito mais do que se pensa. Mais do que nos espetáculos, nas bandas, nas orquestras, nos coros… Para ajudar a pensar: quem produziu os sons que se ouvem no dia a dia através de meios eletrónicos? Quem está por detrás das músicas que se ouvem nos genéricos dos telejornais? Quem está por detrás das músicas que se ouvem em filmes e videojogos? Quem faz as publicidades que se ouvem em rádio e televisão? Quem cria os toques para o telemóvel? E os simples sinais que se ouvem antes das comunicações em intercomunicadores nos espaços públicos? Essas pessoas são: compositores, instrumentistas, cantores, maestros, orquestras inteiras, técnicos de som, engenheiros, misturadores de som, masterizadores e muitas outras pessoas ligadas à multimédia, ao som e ao espetáculo no geral. Como podemos ver, essas pessoas não são apenas artistas. Mesmo para quem pensa que ser músico não é uma profissão aqui está uma pequena e muito resumida lista de profissões que dependem da música - toda uma verdadeira indústria.
A partir de agora, sempre que ouvir uma música ou um som através de um meio eletrónico, recorde-se disto: não se faz sozinha! Muito provavelmente, teve o trabalho de um produtor musical ou técnico de som. Muito resumidamente, um produtor musical é alguém que trabalha com o som (não apenas música) com o domínio da técnica de modo a tratar para ser comercializado e sair para que chegue aos ouvidos de todo o mundo.
E agora em tempo de pandemia, em que ninguém se pode juntar para fazer música? Não terão vontade os artistas (profissionais ou amadores) de fazer o que mais gostam, divulgando a sua arte pelo mundo? Claro que sim! Basta passear um pouco pelo YouTube e saltam à vista os trabalhos feitos ao longo destes tempos difíceis. Uns com uma boa qualidade e outros com menos qualidade. Claro que o que mais importa não é tanto a qualidade mas sim a boa vontade e dedicação que dão ao projeto. No entanto a boa vontade e dedicação chega mais longe se todos os intervenientes de um projeto derem o seu melhor e, claro, se o trabalho for bem percetível de modo a substituir uma ida a uma casa de espetáculos ou museu. O trabalho só chega longe se o conteúdo for bom e com qualidade. E, no caso da música, quando cada interveniente grava nas suas casas para se juntar tudo posteriormente num único vídeo ou faixa de áudio são importantes, como em concertos ao vivo, as variações no tempo, variações na dinâmica, afinação e todas as outras qualidades que são percetíveis do lado de fora de um palco.
Para ser notável esse tipo de qualidades que um concerto ao vivo tem, é necessário alguém que tenha o talento de não apenas juntar os vídeos, mas também de misturar e sincronizar bem o som. Muitas destas ferramentas de mistura de som não estão ao alcance dos softwares simples de edição de vídeo. Na maior parte das vezes é necessário trabalhar o som à parte. E muitas vezes também se tende a escolher músicas sem variações no tempo para ser mais fácil a sincronização entre os diferentes vídeos, mas música também implica interpretação humana que implica também essas variações no tempo. Felizmente, com o trabalho prévio de um produtor musical, em conjunto com um representante do grupo musical, é possível contornar este problema, criando uma faixa que gosto de chamar “audioguia” ou “faixa-maestro” que servirá para todos os membros da gravação interpretarem com a mesma referência de modo a que todos os vídeos se consigam sincronizar com o mínimo de esforço. Eu, como produtor, já estive muitas horas a trabalhar à volta de problemas que se poderiam prevenir se todos os intervenientes tivessem gravado com um bom audioguia que desse todas as referências em tempo real sobre a música que se está a gravar. À primeira vista parece ser tudo muito complicado, mas também é possível pensar de forma simples. Existem várias maneiras de se organizar um trabalho destes! Há quem faça por tentativa-erro (que não tem nada de mal) ou elabore um plano com um conjunto de normas a cumprir, de modo a que toda a gente faça o trabalho de forma uniforme. Ter essa preocupação, já é muito bom! E em caso de dúvida, podem falar com um produtor musical, ou mesmo comigo, nem que seja para ajudar a rever essas normas e para dar umas dicas e, quem sabe, através desse diálogo consigam negociar com esse mesmo produtor para que faça a magia da mistura do som.
Este é apenas um dos infinitos caminhos que se pode seguir para ter um projeto de sucesso.
Texto por: Daniel Prezado, Produtor Musical
Na OAP estamos empenhados em dinamizar o melhor da cultura e da música em Portugal, com especial foco nos jovens e músicos amadores, ou recentemente licenciados, cujo talento não tem ainda o merecido reconhecimento.
Ao apadrinhar ou patrocinar a Orquestra Académica Portuguesa está a contribuir para o desenvolvimento de projetos direcionados para os jovens músicos de Portugal, que encontram em nós um local onde podem evoluir enquanto músicos e dar-se a conhecer ao público português.
Entre outras vantagens, os nossos padrinhos e patrocinadores têm acesso a uma página da nossa revista, dedicada à divulgação da entidade!
Todos os valores podem ser encontrados no Manual de Donativos, Parcerias e Patrocínios, disponível no nosso website. Para mais informações, contacte-nos através do e-mail oap@lac.edu.pt.
Contamos consigo para valorizar a cultura musical de Portugal!